Gustavo Petro defende Iván Velásquez e o promotor Camargo: "O Ministério Público da Guatemala acata o crime."

O presidente Gustavo Petro defendeu o ex-ministro da Defesa e embaixador no Vaticano, Iván Velásquez, e a procuradora-geral Luz Adriana Camargo em resposta ao mandado de prisão expedido pela Procuradoria-Geral da Guatemala. Segundo o presidente, o mandado de prisão constitui crime.
"A Procuradoria-Geral da Guatemala, como a Procuradoria-Geral da Colômbia durante o governo Barbosa, como a Procuradoria-Geral que prendeu o presidente Pedro Castillo, e outros, obedece ao crime e não aos cidadãos", afirmou o presidente colombiano em sua mensagem, na qual ele vinculou vários tópicos não relacionados e se esqueceu de mencionar que a prisão de Castillo foi devido a uma tentativa de golpe de Estado que ele tentou realizar.

Iván Velásquez e Luz Adriana Camargo Foto: Arquivo
Nesse sentido, ele falou sobre uma suposta ligação entre a Procuradoria-Geral da Guatemala e o crime organizado. "Corporações multinacionais do narcotráfico estão tentando assumir o controle do judiciário e dos governos para conduzir e lavar seus negócios ocultos com impunidade", disse Petro.
Nesse sentido, o presidente colombiano acrescentou: "Os crimes cometidos pelas máfias contra os povos latino-americanos são crimes contra a humanidade, crimes internacionais, e devem ser julgados pela justiça penal internacional, que deve ser financiada e fortalecida".
Por fim, solicitou que um grupo de advogados liderasse um pedido de acusação contra a Procuradoria-Geral da República da Guatemala. "Convido equipes de advogados independentes a redigir o primeiro processo criminal contra as multinacionais mafiosas, para que sejam julgadas e condenadas em um tribunal internacional", declarou. A mensagem presidencial foi acompanhada por uma declaração na qual o governo guatemalteco rejeitou as medidas de detenção contra Iván Velásquez e o procurador.

Ivan Velásquez e Luz Adriana Camargo. Foto: Nestor Gomez / César Melgarejo. O TIEMPO
Em outro tuíte, o presidente colombiano criticou a candidata presidencial Vicky Dávila por solicitar a extradição dos dois funcionários. "Não me surpreende que ela agora defenda esse tipo de promotor na Guatemala, aqueles que atacam o povo colombiano", foi a repreensão do presidente à candidata.
A defesa oficial da Colômbia Horas antes do tuíte do Presidente Petro, o Ministério das Relações Exteriores emitiu um comunicado rejeitando o pedido da justiça guatemalteca. "O Ministério das Relações Exteriores da Colômbia expressa sua profunda preocupação e condena veementemente a emissão de um mandado de prisão pela Procuradoria-Geral da Guatemala contra o Embaixador da Colômbia designado junto à Santa Sé, Iván Velásquez, e a Procuradora-Geral da República, Luz Adriana Camargo", diz o comunicado.
A declaração também indicou que a medida era "um grave desvio dos padrões do direito internacional" e "violava direitos humanos fundamentais".
Além disso, afirmou que, neste caso, não há base probatória sólida nem procedimentos transparentes para a utilização de mecanismos de cooperação judiciária internacional.

#Guatemala pede prisão do embaixador Iván Velásquez e da promotora Luz Adriana Camargo por corrupção. Foto:
"Esses princípios não podem ser distorcidos ou usados como instrumentos de perseguição política ou pessoal, nem para justificar decisões sem legitimidade", acrescentou, referindo-se ao compromisso do governo com o direito internacional.
O Ministério das Relações Exteriores anunciou então que ativou os canais diplomáticos para expressar sua oposição às autoridades guatemaltecas.
Você pode ver 
#Guatemala ordena a prisão de Iván Velásquez. Foto:
Juan Sebastián Lombo Delgado
eltiempo